Editorial

Censo do IBGE apresenta números questionáveis

Editorial

Preocupadas com a perda de recursos, centenas de prefeituras de todo o País devem acionar a Justiça para pedir revisão dos dados populacionais do censo que contou a população do Brasil. A quantidade de moradores impacta os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), receita importante para a maioria das cidades brasileiras. Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), 770 cidades receberão menos recursos do FPM devido à população menor contada pelo Censo Demográfico de 2022, divulgado no último dia 28. Em comunicado divulgado na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) defendeu a “qualidade e confiabilidade” do censo.
Em Ibiúna, embora a prefeitura não tenha se manifestado publicamente sobre, o número de 74.957 habitantes, no entanto, está bem abaixo do previsto anteriormente pelo mesmo IBGE. No fim do ano passado, em uma prévia divulgada pelo órgão, o município de Ibiúna alcançou 84.820 moradores; no entanto, nos números oficiais divulgados em junho, houve uma redução considerável de quase 10 mil pessoas daquele previsto sete meses antes. O aumento apurado de 2010 até 2022 foi de, apenas, 5% no número de habitantes. Fato estranho é o de que, segundo o mesmo instituto, com dados de 2021, somente no Ensino Fundamental (até 14 anos) são 11.090 alunos. Já o número de eleitores, certamente, acima dos 16 anos, são 63.850, segundo a justiça eleitoral. É evidente que existem eleitores que votam em Ibiúna, mas moram em outros municípios. Assim como, também, há moradores de Ibiúna que votam em outras cidades. Mas o fato aqui é o de que somados os alunos do ensino fundamental e os eleitores já alcançamos 74.940 pessoas, ou seja, próximos dos 74.957 habitantes apurados pelo IBGE.
Nessa conta, porém, não estão os alunos da educação infantil e nem os do ensino médio com menos de 16 anos, além das crianças recém-nascidas que ainda não estão na escola. Ou seja, é possível que os números oficiais do órgão não correspondam, de fato, a realidade numérica dos habitantes de Ibiúna.
Como o número de habitantes pode influenciar na receita pública do município, cabe a Prefeitura de Ibiúna decidir quais os caminhos deve percorrer para questionar, ou não, os números oficiais do órgão estatal.
Uma boa leitura a todos e até a próxima edição.

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