Catando feijão em noite sem lua
Claudino Piletti
Em certa ocasião a nossa famosa atriz Dercy Gonçalves, desabafou: “Achar os bons é que é difícil; é como catar feijão em noite sem lua”. E, nossas noites, andam cada vez mais com a lua encoberta por nuvens. Sobretudo as da corrupção.Muitos confundem ser bom com ser bom em algum setor da atividade humana. Diz-se, por exemplo, um bom médico, um bom professor, um bom jogador de futebol, um bom cantor, um bom escritor, um bom advogado, um bom jornalista, etc.Sem negar a importância de ser bom naquilo que se faz, o mais importante, no entanto, é ser simplesmente uma boa pessoa. O escritor inglês Chesterton (1874 – 1936) disse que o conceito “bom” tem muitos significados. E deu o seguinte exemplo: se uma pessoa acertasse sua avó a uma boa distancia, ela seria uma boa atiradora, mas não necessariamente uma boa pessoa. Boa pessoa é aquela que, ao invés de tiro, pratica a bondade.Tão importante é a bondade que o compositor alemão Beethoven (1770-1827) afirmou que não conhecia outra marca de superioridade para o ser humano que a bondade.Alguns acham que uma pessoa é boa porque nasceu boa. Claro que é uma grande felicidade e uma grande sorte ter nascido bom. Mas, como já afirmou o grego Cristias, há cinco séculos antes de Cristo, mais numerosos são os bons pelo esforço do que por natureza.É importante saber, também, que nunca é tarde para tornar-se bom. Isso vale sobretudo para os nossos políticos que, com sua corrupção, deixaram muitos brasileiros sem feijão para catar. Por isso, o que precisamos fazer, nas próximas eleições, é mandar esses políticos se catarem.