Editorial

Carnaval, caminhoneiros, Copa do Mundo e Eleições param o Brasil

O Brasil é um país de festas. O povo brasileiro gosta de comemorações e, por isso, qualquer situação é motivo para festejar – como a greve dos caminhoneiros, onde alguns participantes colocaram churrasqueira no acampamento, à beira das rodovias, e fizeram um bom churrasco. Nos jogos da Seleção, em Copa do Mundo, não é diferente; independente do horário, os brasileiros param para assistir os jogos e, com as vitórias, comemorar! Assim, caminha o país do futebol, do carnaval e dos feriados. Aliás, por falar neles, dia 9 (segunda-feira), é feriado no estado de São Paulo.
O problema é que, com tantas interrupções, a cadeia produtiva também para. E se não parar ou parar, a produção encarece; a empresa produz menos, o faturamento cai e o empresário demite, o desemprego aumenta, a arrecadação pública diminui e os investimentos não são realizados. Assim, o país agrava a crise. Mas, fora isso, a Seleção do Tite tem grandes chances do Hexa, e, pelo que parece, é o que mais importa. 2018 está sendo um ano com, por conta dos eventos que tivemos, temos e teremos, perspectiva preocupante. Basta analisar que amanhã, dia 6, tem jogo da seleção. Por ser às 15h, os serviços (como do Poder Público e bancos) serão encerrados as 13h. Na segunda-feira há o feriado e, se a Seleção passar amanhã, o próximo jogo é na terça-feira, também as 15. Teremos, assim, um feriado bem prolongado.
Não bastasse ser ano de Copa, recentemente, a greve dos caminhoneiros interrompeu diversos serviços, atrasou entregas e prejudicou o setor produtivo. Ainda que por uma reivindicação justa, não há como negar que o prejuízo foi sentido pelo país como um todo. Longe de colocar a culpa nos caminhoneiros, mas nos governantes que por não ter dado a atenção merecida a categoria, sem alternativa, caminhoneiros resolveram parar para que suas reivindicações fossem, pelo menos, ouvidas.
Para o futuro próximo, estamos em ano eleitoral. Para os políticos – muitos sequer começaram a trabalhar – já se encerraram as atividades parlamentares ou ministeriais daqueles que tentarão a reeleição. Por isso, agora começa a campanha eleitoral e isso implica, entre outras coisas, que cessou o período para transferência de recursos do Governo Federal e Estadual para os municípios. Significa também, que os projetos em andamento não poderão ser assinados ou liberados, será preciso passar as eleições até o segundo turno, além de outras implicações. Os resultados disso, certamente, será sentido ainda num futuro, como hoje estamos presenciando uma situação econômica no país reflexo de atitudes passadas. Com toda essa morosidade, empresas fecham, desemprego aumenta e pessoas sofrem – a menos que a seleção vença a Copa.
Uma boa leitura a todos e até a próxima edição.

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