Boca de Urna ou Boca de Lobo
Considerada um crime eleitoral, a boca de urna é entendida como qualquer manifestação com a intenção de influenciar a vontade do eleitor no dia das eleições, e também pode ser considerada uma vilã para o meio ambiente nas cidades brasileiras.
Isso porque, para tentar burlar a lei eleitoral, na véspera das eleições, candidatos e seus cabos derramam milhares de “santinhos” nas ruas, sujando a cidade e causando transtornos para a população, como a dificuldade de locomoção e a poluição, demonstrando o tamanho de seu compromisso com a sociedade.
Não bastasse a infinidade de recursos gastos com a impressão dos materiais de propaganda, com esta atitude, aspirantes a representante do povo, em busca do voto, fazem questão de se transformar em lixo eleitoral, encerrando a campanha na sola dos sapatos, debaixo da terra ou dentro de bocas de lobo, ansiosos, como nós, pela chuva.
Acredito que avançamos com a decisão da Justiça Eleitoral de Ibiúna em retirar as propagandas das áreas públicas da cidade e quem sabe podemos progredir ainda mais ao proibir a “chuva de santinhos” e punir esta “dessantificada” conduta em outubro dos anos pares. Afinal, já não houve tempo suficiente para convencer o eleitorado?
Aliás, entendo que as personalidades estampadas de modo flagrante no chão da eleição, deveriam responder por crime ambiental e até mesmo por abuso de poder econômico.
Uma pena chegarmos a este ponto, é que na prática, ainda não foi despertada na maioria da população e dos candidatos, uma consciência política e tampouco ambiental.
Por isso, fica a dica.
Eleitor: ao se deparar com um candidato jogado na rua, olhe-o atentamente e pense melhor em quem realmente merece o seu voto. Candidato: utilize outras formas de propaganda e destine o material que sobrou para a reciclagem.
Fernando Salles Rosa