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Ataques nas escolas e a propagação de fake news

Editorial

Depois do ataque de um aluno, de 13 anos, em uma escola, que levou a óbito uma professora, deixou outras duas docentes e uma aluna ferida, na Vila Sônia, em São Paulo, no fim de março, uma onda de terror tomou conta das escolas em todo o país. Somente nessa semana, pelo menos outras três ações violentas foram registradas. Diversos pais estão com receio de levarem seus filhos para a escola e as autoridades estão procurando mecanismos para coibir possíveis ações semelhantes. Policiais e guardas municipais estão com frequência em frente as unidades para transmitir sensação de segurança.
Diante de um clima assustador, com notícias verídicas sobre possíveis ataques, uma onda de compartilhamento de notícias falsas também está tomando conta de redes sociais e aplicativos de compartilhamento de mensagens. Pais, professores e até crianças estão alarmados com o compartilhamento em grupos de WhatsApp de milhares de mensagens, fotos, vídeos e áudios falando de supostas ameaças de ataques a escolas que poderiam ocorrer nos próximos dias.
Circulam desde listas de supostos Estados e escolas onde os ataques poderiam acontecer a datas que estariam marcadas para ataques em massa, além de perfis de supostos agressores. Esse conteúdo, que começou a surgir na última semana, tem deixado pais e mães com medo de enviar seus filhos à escola e levado crianças e adolescentes a pedir para ficar em casa.
Um ponto em comum entre os diversos boatos compartilhados é a ideia de que haveria um ataque em massa em escolas em um mesmo dia.
Apesar de, realmente, a violência no ambiente escolar trazer inúmeras preocupações, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, muitas das ameaças compartilhadas em mensagens de ‘alerta’ são falsas. É preciso ter muita responsabilidade ao compartilhar qualquer mensagem recebida sem verificar a veracidade. Afinal, a explosão com que essas mensagens são compartilhadas acaba trazendo ainda mais pânico e prejudicando o trabalho das autoridades policiais.
Um comunicado de uma escola estadual de Ibiúna abordou justamente as notícias falsas que estão sendo divulgadas, prejudicando ainda mais uma situação que já não é confortável. Protocolos reforçados de segurança estão sendo tomados no ambiente escolar, de todo o município, com o apoio das autoridades de segurança, com a finalidade de tornar o ambiente escolar mais seguro.
Outra questão que a escola abordou no comunicado: os pais precisam acompanhar a rotina escolar de seus filhos, saber o que eles estão pesquisando e vendo nas redes sociais, conversar com eles e, principalmente, tranquilizá-los nesse momento desafiador.
O ambiente escolar, de conhecimento, amizade, bons momentos e essencial na vida das crianças e adolescentes precisa voltar a transmitir a sensação de paz. Violência em nenhum lugar é bem-vinda, muito menos nas escolas em que estudam o futuro de nossa cidade, estado e país. Talvez o momento seja oportuno para que a sociedade, como um todo, possa acompanhar a vida escolar das crianças e adolescentes, bem como colaborar com professores, diretores e demais funcionários da educação para que as escolas sejam, de fato, um patrimônio de todos, em prol a um bem comum.
Uma boa leitura a todos e até a próxima edição.

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