Assim nasceu Ibiúna
Quando partiu de São Paulo a maior de todas as todas as “bandeiras” com 4.000 homens, índios e religiosos, o antigo Vale de Una aparecia pela primeira vez no cenário paulista e brasileiro. Embora os bandeirantes não tenham adentrado no solo Unense, provocaram o acesso aos índios que, acuados por caçadores que queriam escravizá-los, abriram então o primeiro caminho e deram os primeiros passos em direção do vale. Entretanto, em 1650, chegaram os primeiros homens brancos, Felipe e Santiago, Francisco Duarte e Pedro Machado. Com a morte de Felipe Santiago, o genro do capitão Manoel de Oliveira Carvalho assumiu a propriedade, com seus escravos e construiu uma capela em louvor a Nossa Senhora das Dores em 1711. Mais tarde essas terras foram adquiridas por ato de compra e venda pelo Capitão salvador Leonardo Rolim de Freitas que requereu o alvará régio expedido em 29 de Agosto de 1811, fundando a Freguesia de Una, atual Ibiúna.A paróquia de Nossa Senhora das Dores foi canonicamente instalada na segunda semana do mês de setembro de 1812. A emancipação política e autonomia administrativaEm 24 de março de 1857, a freguesia de Una foi elevada a categoria de município e a Câmara Municipal foi criada em 31 de outubro de 1857. Mas só em 1890 foi nomeado o primeiro presidente Fortunato Vieira de Camargo (Fortunatinho), que também assumiria a intendência municipal sendo o primeiro prefeito intendente da antiga Una. E essa condição de prefeito e presidente das Câmaras Municipais pelo Estado permaneceu até a redemocratização do Pais, sendo a primeira eleição municipal realizada em 1947, para um mandato de 4 anos ou seja de 1948 e 1951.A riqueza da flora e da fauna de IbiúnaIbiúna possui 1.093 quilômetros quadrados (103.900 hectares), sendo, portanto, o 34º município de maior extensão territorial do estado.A altitude média é de 996 metros, acima do nível do mar, sendo considerada a 3º cidade mais alta do estado. Seu clima de montanha é semelhante ao de Campos do Jordão. Ibiúna é de extraordinária riqueza no tocante a sua flora e fauna, possuindo cerca de 40% de sua área coberta de mata atlântica, capoeiras, cerrados, campo e mata plantada. É rica também em recursos hídricos e repletos de belezas naturais. Sua agricultura é pujante. As primeiras culturas de fato foram os índios que habitavam temporariamente o Vale de Una, o palmito e o mel de abelhas complementavam essas primeiras riquezas, entre tantas que foram surgindo ao longo dos tempos. E isso não tardou a acontecer, devido à exploração desordenada da madeira de lei, da lenha e do carvão vegetal. E foram essas atividades devastadoras que abriram um campo fértil para a expansão da agricultura (olericultura), (fruticultura) e a (avicultura), que tornaram Ibiúna o maior celeiro de produção de hortifrutigranjeiros do Estado de são Paulo e uma das mais importantes do Brasil até os anos de 1980. Entretanto, pelas belezas naturais e seu clima, iniciou – se a especulação imobiliária em detrimento das áreas de cultura, que se tornaram chácaras e sítios de recreio, fazendas, pousadas confortáveis e condomínios fechados.Ibiúna conserva ainda suas belezas naturais e seus pontos de atração turística, muito embora, ainda carente de apoio e infra-estrutura. Mesmo ante esse quadro em maio do ano de 2000, foi elevada a condição de Estância Turística.
José Gomes (Linense)