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A saúde que temos e a que queremos

Não dá para se calar diante de algumas informações que são postadas em redes sociais sobre o hospital de Ibiúna. A saúde em Ibiúna não está como queremos, aliás, ainda está bem distante disso. No entanto, não podem nos acusar de sermos omissos diante dos problemas enfrentados no setor. Antes de enumerar alguns pontos para rebater as criticas e mencionar algumas providências que estão sendo realizadas e outras que deverão ser tomadas, cabe salientar que problemas de saúde não acontecem apenas em Ibiúna. Saúde é um dilema nacional. Além disso, na região, São Roque vem enfrentando uma crise no sistema de saúde e as reclamações na vizinha Piedade também são frequentes.

1º) O Hospital Municipal de Ibiúna não irá fechar. Esses boatos prejudicam muito o município, já que cria insegurança aos funcionários e pacientes. É preciso ressaltar: essa possibilidade não existe. É verdade que temos muitos problemas com o hospital que precisam ser resolvidos. O forro da parte de cima está deteriorado e precisa ser trocado urgentemente. Estamos buscando recursos para essa benfeitoria, que deve acontecer até julho. Com um forro novo, teremos mais leitos disponíveis, bem como outra sala de cirurgia em funcionamento. Esse é apenas um deles.

2º) Como vereadores eleitos para fiscalizar os gastos públicos, também nos mobilizamos a fim de esclarecer os  boatos maldosos de pessoas mal intencionadas que disseram a nova empresas contratada para administrar o nosso hospital iria receber R$ 10 milhões por quatro meses de contrato. Ao solicitarmos esclarecimentos junto ao Executivo, exigimos toda documentação e tivemos ciência de que os pagamentos são liberados de acordo com os serviços apresentados e comprovados, ou seja, pelas contas, o valor realmente pago pelo município não deverá ultrapassar 60% disso. Apesar disso, além de fiscalizarmos os gastos, também primamos pela eficiência e bom atendimento ao nosso povo. Assim sendo, estamos cobrando o Executivo para que o referido contrato seja revisto e DESFEITO o mais breve possível, pois não estamos percebendo os avanços que deveriam ocorrer.

3º) A gestão do hospital terceirizada facilita a compra de insumos, utensílios, roupas e outros produtos, já que o processo pela prefeitura diretamente é muito burocrático e demorado. Terceirizar é a opção mais utilizada pelo Brasil a fora. Porém, não é isso que estamos vendo nestes últimos meses no Hospital Municipal de Ibiúna. Por isso, como vereador, queremos a rescisão do mesmo o quanto antes.

4º)  A Prefeitura cumpriu suas obrigações financeiras com a empresa que oferecia os serviços médicos em janeiro. Acontece que a mesma não repassou aos médicos, alegando que existe um valor pendente do período em que o Professor Eduardo (PT) deixou a prefeitura, de setembro a dezembro de 2013, e não paga os médicos de janeiro como moeda de troca para negociar com a administração uma dívida que não existe. A Prefeitura informou que está tomando as medidas judiciais cabíveis para solucionar o impasse.

5º) Quando o Professor Eduardo (PT) assumiu o governo, em janeiro de 2013, o hospital tinha três plantonistas no Pronto Socorro Adulto (PSA). As segundas-feiras eram quatro. Com o aumento no atendimento, passou a ser quatro plantonistas todos os dias. Portanto, a atual empresa tem que cumprir os quatro plantonistas, o que não acontece sempre. Eis mais um motivo para propor a rescisão imediata. No entanto, tem outro agravante. Ibiúna é atípica em relação às cidades da região. Existem muitos acidentes, transferências de pacientes que acontecem diariamente e que precisam do acompanhamento dos médicos no trajeto. No último domingo (4) aconteceram quatro transferências e todas tiveram acompanhamento médico. Duas foram quase que simultânea, com isso, apenas dois plantonistas ficaram boa parte do tempo do plantão.

6º) Estive boa parte da manhã da última segunda-feira (5) no hospital municipal. Segunda-feira é o dia com maior número de atendimentos. Acontece que o hospital de Ibiúna só terá melhorias no atendimento e nos serviços prestados, quando o município tiver em pleno funcionamento da Rede Básica. Sem Unidades Básicas de Saúde fazendo o atendimento preventivo nos bairros, o hospital continua abarrotado de pessoas, sendo que mais de 50% dos atendimentos seriam resolvidos da rede. Notei, mais uma vez, muitos passam no hospital para realizar procedimentos simples, que poderiam ser resolvidos na Unidade Básica de Saúde. É exatamente por isso que, como parlamentar, fui atrás para que o município fosse contemplado com as Unidades Básicas, com espaço, estrutura e condições de conscientizar nossa população a procurar o Pronto Socorro do Hospital somente em casos de urgência e emergência. Teremos sete novos Postos até meados de 2015, sendo que três deles já estão sendo construídos.

7º) Outra conquista que tivemos foi a vinda dos 12 médicos que irão atuar nos Postos de Saúde. Atualmente, temos médicos que atendem uma ou duas vezes por semana nas UBSs, quatro horas por dia. Com os profissionais do ‘Mais Médicos’ teremos um médico atendendo em 12 Unidades de Saúde, diariamente, 8 horas por dia. Os médicos já estão no município e devem atuar em 15 dias. Com uma rede básica funcionando diariamente, teremos um Pronto Socorro para atender, apenas, casos de urgência, com menos fila e melhor eficiência. Os críticos podem falar do ‘Mais Médicos’, mas o resultado positivo que teve na Espanha e em Portugal já está sendo comprovado também no Brasil!

8º) Após a chegada dos médicos, estruturação da rede básica, temos que implantar as unidades do Programa Saúde da Família (PSF). Nosso município é extenso demais e com um trabalho de saúde preventiva, vamos, de fato, estabelecer políticas públicas de saúde e não apenas gastar milhões com o hospital para realizar procedimentos de cura, enquanto podemos investir mais no atendimento preventivo. Com certeza, gastaremos menos e teremos um resultado melhor, além de menos reclamações.

9º) Como ibiunense, sou usuário do sistema de saúde de Ibiúna. Não tenho plano de saúde e nem pretendo ter. Afinal, se eleito pelo povo para cobrar uma saúde de qualidade a todos, estou fazendo o meu papel para alcançarmos melhores resultados no atendimento ao cidadão ibiunense. Saúde é vida e iremos, sim, alcançar um sistema melhor para todos!

10º)  Ainda cabe ressaltar que já fiz uma indicação ao prefeito no ano passado para criarmos uma Ouvidoria da Saúde. Nosso hospital, como todo o sistema de saúde, precisa de um canal de comunicação para o usuário poder deixar sua reclamação, sugestão e até elogios. Acontece que um paciente mal atendido, por um médico de mau humor, acaba denegrindo a imagem de todo o sistema, e o usuário não tem onde deixar essa reclamação. Acredito que com informação real dos usuários do sistema de saúde, teremos condições de realizar ações que atenda os anseios de nossa população. Saúde é coisa séria e, como pessoas comprometidas com o bem estar comum, temos que lutar até as últimas consequências para alcançarmos um sistema mais eficiente e humanizado para todos!

Carlinhos Marques – Vereador

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