A população decidiu mudar, mais uma vez
Editorial
Na última edição do VOZ, de semana passada, antes da eleição, nesse mesmo espaço, com o título “A Ibiúna que queremos, depende de nós!” citamos que o prefeito Paulinho Sasaki (PL), que perdeu a eleição no último domingo (6), foi muitas vezes omisso diante do protagonismo na administração de seu secretário, o ex-prefeito Fábio Bello de Oliveira (MDB), que teve uma posição de destaque superior até mesmo do prefeito na administração municipal. Lembramos que, apesar de seu currículo invejável na política ibiunense, tendo sido três vezes prefeito, Bello é inelegível por conta de diversas condenações por improbidade administrativa e até criminal.
Pois bem, a falta de protagonismo de Sasaki pesou e a população decidiu mudar. Mário Pires (Republicanos), que já foi aliado de Sasaki em eleições passadas, como em 2016, representou a mudança e foi eleito com 21.661 votos – a maior votação nominal da história da cidade, com 49% dos votos válidos. Desde que a reeleição foi inventada no Brasil, apenas Fábio Bello alcançou o segundo mandato em Ibiúna, em 2004. Em 2016, quando tentou repetir o feito, porém, não teve o mesmo êxito e João Mello foi eleito. Em 2020, Mello ocupou a horrorosa sexta colocação, com menos de 3 mil votos, quando tentou novamente a prefeitura. Agora, Sasaki também não teve êxito na busca pelo segundo mandato consecutivo. A caça pela reeleição, em Ibiúna, parece que está cada vez mais difícil. Piedade, por sua vez, conhecida por não ter reeleito nenhum prefeito, teve, com exclusividade, a reeleição do pessedista Geraldinho.
Apesar de não alcançar o segundo mandato, o prefeito Paulinho Sasaki teve mais votos do que a eleição em que se sagrou vitorioso. Recebeu 14.631 votos, que representou 33,1% dos votos válidos. Quando eleito, em 2020, Paulinho teve 14.014 eleitores, o que representou 34,28% dos votos válidos. Os números mostram que a força política capitaneada por Fábio Bello com seu escudeiro Sasaki permanece intacta, mas não alcança a preferência da maioria dos eleitores, prova disso foi que 66,9% escolheram outros candidatos. Desse percentual, Mário levou grande parte, o que lhe acarretou vitória expressiva.
Agora eleito, Mário Pires precisa desempenhar um bom governo, tirar as suas propostas do papel e fazer com que a cidade possa avançar. Se fracassar em sua missão, pode trazer a sombra de um grupo político capitaneado por Fábio com um de seus subordinados, afinal, os números eleitorais mostram que seu grupo não está morto. Em 2012, após o fracasso do governo Darcy/Coiti, Bello venceu a eleição, após não ter conseguido eleger o seu sucessor (Nélio Leite) em 2008; em 2020, Fábio Bello apoiou Sasaki, emplacou seu irmão de vice e venceram a eleição, após a desastrosa gestão João Mello (PSD). Diante dessas lembranças assombrosas, desejamos força a Mário Pires, para que o seu governo possa fluir em nossa cidade. Ibiúna não merece mais Fábio Bello e seus comparsas.
Uma boa leitura a todos e até a próxima edição!