A intercessão é por misericórdia de nós
No mês em que a comunidade católica de Ibiúna se reúne para homenagear São Sebastião, nada mais coerente que destacar a principal festa religiosa e cultural de nossa cidade – que chega a 96 anos de tradição – em nossas páginas. O santo milagreiro, responsabilizado por livrar nossa gente da gripe espanhola, ainda no século 19, é o motivo de culto, fé e devoção da Festa, onde, novamente, cristãos rogam a intercessão do mártir por novas dadivas.Diante do contexto atual de nossa cidade, no entanto, a principal prece é para que o santo católico interceda por misericórdia a nosso município e sua gente. Afinal, as notícias atuais não são as mais favoráveis e a esperança e fé precisam reascender nossas expectativas. O clima festivo das comemorações se ofusca, diante de um comércio morno, aparentemente prejudicado por uma crise que assombra todo o país, e que parece ainda mais forte em nosso município e de outras lamentáveis notícias.Na política, vereadores aprovaram uma Comissão Especial (CEV) para investigar um contrato da Prefeitura com uma empresa de Barueri para transportar pacientes do munícipio a hospitais e Ambulatórios da região para consultas, exames e outros procedimentos de saúde. Em meio à discussão dos parlamentares, um munícipe presente na audiência, disse ter perdido cinco consultas para realizar hemodiálise por conta do transporte que não foi fornecido pelo governo municipal. A reclamação, pelo jeito, não é apenas do cidadão que compareceu a audiência, mas de muitos. Afinal, até o vereador líder do prefeito na Câmara confessou que ibiunenses estão perdendo consultas porque o transporte não atende a população como deveria e que o contrato foi ‘feito errado’. Ou seja, enquanto que o valor pago pelo serviço é mais alto, próximo a R$ 400 mil mensais, segundo vereadores, o serviço é de qualidade inferior ao que vinha sendo executado. Mais recursos gastos, menos pessoas sendo atendidas.Não bastasse isso, uma denúncia feita pelo vereador Carlinho Marques (PT) ganhou destaque regional. A suposição é de que a Prefeitura teria gasto R$ 1.800 por um produto antes comprado por R$ 360 e outros indícios de superfaturamento, numa nota com valor ao teto dos que não se exige licitação – até R$ 8 mil. É nosso suado dinheiro sendo gasto sem a mesma preocupação que temos de ter para conquista-los.Diante da crise, da instabilidade politica e das séries de denúncias contra a administração municipal que motivou a criação de uma Comissão Especial e de outros desmandos, resta-nos que o principal clamor do nosso povo alcance solução divina, afinal, é o que precisamos nesse momento de fé e de devoção – portanto, que São Sebastião interceda para que a misericórdia dos céus possa nos acudir.Uma boa leitura a todos e até a próxima edição.