A fé que move a tradição centenária da Festa de São Sebastião
A Festa de São Sebastião deste ano tem um brilho a mais. Não que as demais festas não sejam marcantes. Mas a comemoração do primeiro centenário de uma festa cuja história se confunde com a do município, é uma data para não ser esquecida. São 100 anos em que a população ibiunense venera o santo mártir, que, segundo a fé católica, trouxe alívio no passado e continua intercedendo por nossa gente até os dias atuais. Mais do que uma data comemorativa, a Festa de São Sebastião é uma demonstração cultural, porque exibe com perfeição o que Ibiúna tem de melhor: a lavoura, a fé e a solidariedade.
Milhares de pessoas irão as ruas no próximo fim de semana. Alguns, para ver a chegada do santo; outros irão buscá-lo, sob o forte frio da última semana de maio, até o bairro do Pocinho, em um trajeto de 30 km, a pé ou a cavalo, na mais sublime demonstração de devoção, de tradição e de esperança. O mês de maio para os ibiunenses devotos de São Sebastião é tempo de renovar as energias espirituais, de comunhão, de amor, solidariedade e de esperança. Nem mesmo a crise econômica que afeta o país, principalmente o poder público de nosso município – que preparou uma programação cultural aquém do que a data merece – é capaz de ofuscar o brilho da centésima Festa de São Sebastião.
A Procissão dos Lavradores, que sempre acontece uma semana antes do clímax da festa, já foi surpreendente. Quase 500 veículos nas ruas, mais milhares de pessoas. A lavoura em alta, a fé nas alturas e a tradição centenária, mais uma vez, apresentada com charme pela população ibiunense. Que assim seja também na Festa e por muitos outros anos.
Poderíamos, neste espaço, discorrer sobre as péssimas condições das estradas, da crise do sistema de saúde, do processo de cassação que envolve o prefeito João Mello e de tantos outros problemas que afligem nossa sociedade. No entanto, preferimos enaltecer a fé de nossa gente e a tradição cultural em nosso município, que nos ajuda a recarregar as energias e reascender a esperança de que, sob a intercessão de São Sebastião, pela crença católica, dias melhores virão – afinal, para acreditar em dias melhores em nossa cidade é preciso ter muita fé.
Além de toda religiosidade e cultura, a solidariedade – que não deixa de ser um aspecto da devoção – demonstrada durante a festa pelos fieis, é algo a ser enaltecido. Neste ano, por exemplo, as entidades assistenciais terão espaço especial, visando angariar fundos para desenvolvimento de seus trabalhos em prol a população em situação de vulnerabilidade.
Uma boa leitura a todos e até a próxima edição.