A educação à espera do retorno presencial
Por Professora Luiza
O cenário ainda é preocupante: colapso no sistema de saúde, colapso na economia, fase vermelha, fase roxa… a todo momento somos bombardeados por informações (nem sempre confiáveis), exigências e orientações. “Abre a escola, reduz a capacidade de alunos, fecha a escola pois há casos positivos notificados!…” É assim que temos vivido: um dia após o outro, sem planos e sem certezas, e o mais difícil: sem segurança nas ações determinadas pelo governo.
Sabemos que a crítica sobre os professores é muito grande e que a “escola fechada” se tornou assunto de grande polêmica. O que precisa ser lembrado frente a essa discussão é que “escola fechada” não é sinônimo de “educação parada”. Nós, professores, tão ofendidos por comentários maldosos, insinuações descabidas e alvos do incômodo que a pandemia causou para famílias que não estavam acostumadas com a responsabilidade de cuidar, acompanhar e orientar um filho que gerou, temos nossa consciência tranquila; da nossa parte, o trabalho nunca parou. Aulas remotas, elaboração de materiais, atendimento online, grupos de WhatsApp, plataformas digitais… toda essa esfera de ações que desenvolvemos é em prol do nosso aluno. Estamos cientes de que muitos serão os impactos educacionais dessa pandemia, mas a situação requer uma reflexão profunda acerca do valor que tem o ser humano, afinal de contas, matéria perdida se recupera, defasagem na aprendizagem pode ser revertida, mas uma vida ceifada, essa não volta jamais.
Conforme organização da Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – dentre os direitos fundamentais (da criança e do adolescente), o direito à vida, a saúde e o direito a convivência familiar antecedem o direito a educação. Parabéns aos familiares que fizeram dessa pandemia um momento para refletir e compreender que a criança pertence ao seio familiar e que a suspensão das aulas presenciais não está privando o direito a educação, mas sim, garantindo o direito à vida. Encerro este artigo nos versos de Paulo Freire:
“O Diretor é gente,; O coordenador é gente; O professor é gente; O aluno é gente,; Cada funcionário é gente”…
Todos somos gente e por isso temos o direito de zelar pelas nossas vidas. Estamos ansiosos pelo retorno presencial, mas um retorno saudável e seguro.