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A corrida entre aprendizagem e vadiagem

Simplificando, mas sem ser simplista, pode-se dizer que toda pessoa só tem dois caminhos na vida: ser vadia ou sadia. Vadia é a pessoa que vai ao sabor do vento, que não tem uma hierarquia de valores, não tem conhecimentos, enfim uma pessoa vazia. E, sadia, é aquela que, além de fisicamente, é psicológica e moralmente saudável. Isso, no entanto, só se adquire através da aprendizagem.

Há a idéia de que aprender é fácil. Errado! É difícil e doloroso. Fácil e sem dor é para a abelha, pois, todo conhecimento de que necessita, já está presente, inconscientemente, no seu corpo. Ela está perfeitamente programada para viver e produzir o saboroso mel. Nós, porém, somos seres de programação biológica atrofiada e restrita. Por isso, sem a aprendizagem, nosso caminho será a vadiagem.

Exemplos de vadiagem não faltam. Um deles é o vadio do ser humano declarar-se produtor de mel ou leite, quando quem o produz são abelhas ou vacas, respectivamente.

Vadiagem mesmo, porém, foi a chamada Marcha das Vadias, que desfilou no Rio, pela avenida Atlântica, por ocasião da visita do papa. Com os seios de fora, fantasias eróticas e beijos homossexuais, passaram a provocar os católicos transformando símbolos da igreja em objetos fálicos. Mulheres dançavam até o chão em cima da imagem de uma santa e pisavam sobre crucifixos quebrados.

Católicos, perplexos e ofendidos, não acreditavam no que estavam vendo. “É terrivelmente ofensivo”, disse uma advogada. Infinitamente mais ofensivo, no entanto, foi a própria crucificação de Cristo, que disse: “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem.”

Hoje, infelizmente, o número de pessoas que não sabem o que fazem, parece que vai aumentando. Vemos vadios e vadias até nos lugares mais sagrados da nossa sociedade: em nossas instituições políticas e até nas próprias igrejas.

Mas, para quem conhece a história da raça humana, sabe que a vadiagem tem sido sua marca registrada. E, os caminhos pelos quais podemos nos tornar e permanecer humanos, passam pela aprendizagem e, portanto, pela educação. Por isso, atualmente, segundo o escritor inglês H.G. Wells, “entramos numa corrida entre educação e catástrofe.” Ou, podemos dizer, entre aprendizagem e vadiagem.

Claudino Piletti

 

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