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Setembro Amarelo: uma luta pela vontade de viver!

Ana Cristina Piletti

O Dia de Combate ao Suicídio é mundialmente comemorado em 10 de setembro e inspirou a criação do denominado setembro amarelo no Brasil. Neste mês, uma série de eventos e atividades são realizadas com o objetivo de informar a sociedade sobre os riscos do suicídio e estimular medidas de prevenção e combate. Mas, por que este assunto tem merecido tanta atenção? Embora considerado um problema de saúde pública, o suicídio ainda é um tema tabu na sociedade. Em outras palavras, um assunto delicado, alheio as convenções sociais e, portanto, tratado de maneira velada pelas famílias e pessoas que sofrem com os seus efeitos. De acordo com dados da Organização Pan-Americana da Saúde ligada à Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS, 2016), a cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio no mundo. E, no período entre 2002 e 2014, a taxa de suicídio aumentou em quase 10% no Brasil (BBC Brasil, 2017). Contudo, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos de acordo com a OMS (Portal Setembro Amarelo, 2017). Na mídia, o debate prosperou após o lançamento do seriado 13 Reasons Why e o jogo Baleia Azul. O primeiro é uma história fictícia de uma garota que tira a própria vida e o segundo é um jogo real propagado pelas redes sociais que incentiva o participante ao suicídio. Para os especialistas, este tipo de série ou jogo não são as verdadeiras causas para o suicídio. No entanto, eles podem servir de gatilho para que alguém tire a sua própria vida. O suicídio pode estar relacionado a eventos traumáticos, tais como o fim de um relacionamento amoroso, ter sido vítima de bullying, tragédia na família entre outros. De acordo com o psicólogo e pesquisador David Myers, muitas vezes, está associado ao abuso de álcool e drogas. O risco também é maior entre pessoas que sofrem de depressão. Ainda, segundo pesquisador, um terço dos que se matam já haviam tentado o suicídio anteriormente. De maneira geral, são pessoas que se encontram em situação de profundo sofrimento. Myers destaca que o “suicídio não é necessariamente um ato de hostilidade ou vingança, pode ser tão-somente uma maneira de desligar uma dor persistente”. Enfim, o suicídio é um dos piores males do século XXI, pois retrata a desesperança do ser humano perante a vida. Apesar de poucos dos que falam em suicídio ou têm pensamentos suicidas completem o ato, muitos dos que o fazem já falaram sobre isso. Por isso, é necessário ouvir as pessoas, estar atento aos sinais que podem indicar um pedido de socorro e procurar apoio de psicólogos e profissionais especializados. A oportunidade de ajudar aqueles que não suportam a dor só se abre àqueles que conseguem enxergar o sofrimento alheio. Daí a necessidade de conhecer e debater mais sobre o assunto na família e na sociedade.

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