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UEE-SP conquista anistia de estudantes presos em Ibiúna em 1968 

Na semana em que a Comissão Nacional da Verdade completa um ano de atuação, no dia 16 de maio, a UEE-SP (União Estadual dos Estudantes de São Paulo) comemora sua primeira grande vitória no trabalho de identificação e reconhecimento dos casos de perseguição, tortura e morte de estudantes durante a ditadura militar. A “Comissão da Verdade Alexandre Vannucchi Leme”, instalada pela UEE-SP no último mês de abril, conseguiu a aceleração dos processos de anistia dos estudantes presos na cidade de Ibiúna em 1968, durante o 30º Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes).
A informação foi confirmada pelo secretário nacional de Justiça e presidente da Comissão Nacional da Verdade, Paulo Abrão, durante reunião em Brasília (DF) com dirigentes da UEE-SP. O presidente da entidade, Alexandre Cherno Silva, explica que a decisão se aplica aos ex-presos que ainda não receberam o benefício e que já tenham dado entrada no processo que julga os pedidos de indenizações a pessoas perseguidas pelo regime militar.
“A anistia dos mais de 700 estudantes presos em Ibiúna foi a primeira pauta da Comissão da Verdade da UEE-SP. Essa vitória representa um marco importante para o movimento estudantil brasileiro, que teve sua memória apagada durante o período da ditadura. Sabemos e reconhecemos que a atuação da juventude foi fundamental para redemocratização do país”, avalia o líder estudantil.
Segundo Alexandre Cherno, entre as atividades realizadas pelos membros da Comissão da Verdade da UEE-SP estão buscas em arquivos públicos e privados, visitas em locais em que ocorreram violações aos direitos dos estudantes, entrevistas com testemunhas e apuração dos fatos junto às vítimas e seus familiares. “Queremos promover grandes atos e audiências públicas em diferentes lugares. Com isso também iremos estimular o debate sobre Memória, Verdade e Justiça junto aos estudantes de todo o Estado. A ideia é que, após um ano do início dos trabalhos, a Comissão divulgue seu relatório final”, explica o presidente da entidade.
Ibiúna 2013
O ato político para a concessão da anistia aos estudantes presos em Ibiúna em 1968 será realizado no próximo dia 15 de junho, durante o 11º Congresso da UEE-SP. Para marcar os 45 anos de um dos maiores atos de opressão da ditadura militar contra estudantes brasileiros, a UEE-SP escolheu a mesma cidade de Ibiúna para realizar o evento, que terá José de Abreu, ator, como mestre de cerimônia.
Junto ao debate de pautas atuais do movimento estudantil, o congresso fará uma série de homenagens aos líderes da geração de 68. Além do ato político para a concessão da anistia, a entidade irá inaugurar na cidade um monumento em homenagem à luta estudantil pela democratização do país, obra do artista Cláudio Tozzi.
“Será um orgulho para a UEE-SP fazer essa homenagem diante de alguns dos líderes da geração de 68. Nomes como Franklin Martins, José Dirceu e José Genoino já confirmaram presença no evento”, revela Alexandre Cherno.

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