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Crise, tempo de investir em educação

Gloria Piletti

Ao contrário do que muitos pensam, tempo de crise é tempo de investir em educação, pois, tal investimento, é um importante instrumento de solução da crise. Para o economista Aloísio Araujo, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a área em que tem que haver muito mais investimento é a educação infantil. De acordo com ele, a taxa de retorno em educação infantil é muito mais elevada que em outros níveis.O que estudos mostram, diz Araujo, é que quando se tem investimento em educação infantil fica mais fácil para a criança posteriormente aprender em outras séries. O custo do aprendizado posterior se torna mais baixo. E, observa o economista: “Se nós tivermos problemas de estabilidade macroeconômica, isso se corrige. Uma vez corrigida, a economia anda dali para a frente. Agora, se você não tiver educação, você não vai recuperar um adulto de 20 anos. Já passou o tempo, ele não vai aprender quase nada.”Por isso, num contexto de crise, a melhor forma de enfrentá-la é investir em educação infantil. Prova disso é que os países que conseguiram superar sua crise econômica para se situarem entre os mais desenvolvidos do mundo, são justamente os que mais investiram e investem em educação. São eles: Finlândia, Japão, Suécia, Coréia do Sul e Polônia.O Brasil até que está em razoável posição. O problema é que, apesar de investir alto valor (4,7% do PIB), no investimento por aluno o nosso país fica apenas na 35ª colocação. Em média, a aplicação por aluno na rede pública é de três mil dólares por ano. Enquanto isso, os países que estão na parte de cima do ranking, investem em média 8.200 a 9.800 dólares anuais por aluno. Portanto, quase três vezes mais que o Brasil.Assim, a crise deveria ser uma oportunidade de repensar a educação. Esta tem que ser pensada mais como investimento do que como despesa.

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