Bem longe de um governo transparente
A administração do atual prefeito João Mello (PSD) iniciou o ano com um alto índice de aprovação e, principalmente, de otimismo. Nas redes sociais, eram só elogios. Passou, no entanto, um mês de governo para as críticas começarem. Como postou um internauta, de mudança, até agora, só nos nomes. A prática de nepotismo, por exemplo, continua: o irmão do prefeito é responsável por três secretarias no governo e há, ainda, disfarçadamente, outros ‘parentes’ próximos ocupando funções na administração.
Não bastasse isso, a mudança de empresa no transporte público, ainda que ofereça parte dos ônibus em melhores condições que os antigos, evidenciou uma velha prática na política ibiunense: a arte da mentira! Afinal, o próprio prefeito veio a público, nas redes sociais, dizendo que não estava trazendo outra empresa. No entanto, em 26 de janeiro já chegava ônibus na cidade sem identificação. No dia 02 de fevereiro, foi publicado então rescisão com a antiga empresa responsável e já no dia 04, uma nova empresa começou a circular, justamente com os ônibus – em branco – que chegaram na cidade no dia 26. Ou seja, a troca já estava premeditada. Afinal, os ônibus tem placas do Rio de Janeiro e, obviamente, não foram adquiridos de um dia para o outro. Talvez, a mudança já estava arquitetada antes mesmo de Mello assumir a prefeitura. Afinal, a tal da LCP, empresa contratada sem licitação, sequer tem contratos de transporte coletivo em outras cidades e o capital social da empresa não condiz com o investimento realizado para a compra dos ônibus que, nem mesmo, exibem o emblema da empresa e não estão no nome dela.Ainda pesa o fato de a publicação que derivou a contratação da LCP ter sido divulgada, apenas, no Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, em 07 de fevereiro. Estranho é que dois dias depois saiu o jornal da Prefeitura – e não constou a publicação. No mesmo dia da publicação da contratação da LCP no IOESP, a Prefeitura ainda expôs mais duas, todas emergenciais, ou seja, sem licitação. Após um mês de governo, que iniciou a transição em dezembro, os tramites poderiam ter sido mais ágeis se não houvesse conivência.
Afinal, havia uma licitação em curso para o transporte coletivo que foi cancelada para que uma contratação emergencial fosse realizada com uma empresa desconhecida não somente em Ibiúna, mas no mercado do transporte coletivo.Tudo isso em um governo que pregou e, pasmem, ainda prega, transparência! Não pelo fato de ter trocado de empresa, mas pelo fato de ter realizado a troca com uma empresa desconhecida, por meio de um processo de dispensa absolutamente obscuro. Triste demais para uma cidade que anseia por mudança. Um ótima leitura a todos e até a próxima edição.