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Guardas são presos por extorsão e ligação ao tráfico

Cinco guardas civis municipais (GCMs) de Ibiúna foram presos no último dia 8 em operação realizada em conjunto pela Polícia Civil e pelo Grupo Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Os detidos se juntaram a outros cinco GCMs que já estavam presos desde outubro do ano passado. Ao todo, 12 GCMs tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça de Ibiúna, diante da acusação de extorsão e organização criminosa armada. Dois guardas estão foragidos. Eles teriam recebido dinheiro de facções criminosas para facilitação do tráfico de drogas, além de serem acusados de ameaçar e forjar flagrantes a munícipes que tentavam denunciá-los.

As prisões

De acordo com o delegado Rodrigo Ayres, três dos acusados foram presos na base da Guarda Civil Municipal, já que estavam trabalhando e outros dois detidos em suas residências. Ayres apontou ainda que as investigações começaram no ano passado, quando foi recebida a primeira denúncia, relatando a relação dos GCMs com traficantes da cidade. Uma operação foi realizada em outubro do ano passado e, na ocasião, cinco GCMs, em sua maioria ligados ao comando da época, acabaram presos. Uma nova investigação, com a instauração de outro inquérito, resultou na prisão de mais cinco GCMs na noite de quarta-feira (dia 8).

Segundo Rodrigo, os GCMs teriam extorquido os pontos de vendas de droga, as “biqueiras”, facilitando o tráfico na cidade. Num segundo momento,  como a situação tomou grandes proporções, muitas pessoas começaram a denunciar o que estava acontecendo. Os GCMs então teriam começado a ameaçar quem denunciava, inclusive forjando flagrantes de tráfico de drogas. O delegado acrescentou ainda que teria havido denúncia de tortura e até de homicídios, que já estão sendo investigadas pela Polícia e pelo Gaeco.

De acordo com a promotora do Gaeco, Maria Aparecida Castanho, a denúncia contra os 12 GCMs já foi apresentada à Justiça de Ibiúna. Os pedidos de prisão preventiva foram decretados pela 1º Vara de Ibiúna. Segundo a promotora, uma primeira denúncia envolvendo os GCMs ocorreu em 2010, porém ela acabou arquivada. A promotora afirmou que, em virtude das ameaças e até dos flagrantes forjados, teria se instaurado na cidade uma chamada “lei do silêncio”, que dificultava o trabalho de investigação. Depois da prisão dos comandantes em outubro, inúmeras testemunhas auxiliaram na investigação e acabaram protegidas pela Justiça, sendo inscritas no programa de testemunha. Houve ainda o compartilhamento de escuta telefônica vinda da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecente (Dise) de São Paulo.

O delegado seccional, Marcelo Carriel, citou que existe agravante pelo fato dos acusados serem funcionários públicos municipais e principalmente porque os GCMs andam armados. Os presos estão na cadeia pública de Pilar do Sul.

A Prefeitura de Ibiúna afirmou  que as providências administrativas serão tomadas.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

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