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Como escolhemos quem amamos?

Ana Cristina Piletti

O amor romântico é um tema que inspira poetas e escritores e atrai a atenção de estudiosos e pesquisadores do mundo todo. Isso acontece porque ele faz parte de nossas vidas. Shakespeare dizia que “é muito melhor viver sem felicidade do que sem amor”. O fato é que amor e felicidade não são sinônimos. Caso contrário, ninguém sofreria por amor. É provável que todo mundo um dia ame alguém e não seja correspondido. É provável que todo mundo um dia seja amado e não corresponda o amor de alguém. Então, por que não escolhemos a pessoa certa para amar? Não seria uma forma de amarmos e sermos felizes ao mesmo tempo?

Para a antropóloga norte americana Helen Fisher existe inúmeras razões pelas quais nos apaixonamos por uma pessoa em vez de outra. Ela cita o momento certo, o grau de mistério envolvido na pessoa amada, a correspondência das características da pessoa amada às nossas expectativas em relação ao amor, etc. Para a pesquisadora, o amor envolve questões biológicas e culturais. Em suas pesquisas descobriu que o amor romântico é um impulso que vem da parte do cérebro relacionada ao desejo. As pessoas apaixonadas ficam eufóricas, focadas e, quando não correspondidas, tornam-se até mais obsessivas. Por isso, o amor é a fonte de grandes felicidades e, também, de grandes sofrimentos.

No entanto, além das variáveis biológicas e culturais que interferem na escolha do parceiro (a), Helen Fisher destaca a “mágica do amor”. Esta mágica está relacionada com fatores desconhecidos. Mesmo buscando pessoas próximas culturalmente e ativando regiões cerebrais responsáveis pelo amor por meio de experiências agradáveis podemos não conseguir que a pessoa que queremos se apaixone por nós e vice-versa. Talvez seja por isso que a afirmação de Shakespeare ainda hoje faça tanto sentido. Se pudéssemos escolher a quem amar, o amor não seria tão mágico e tampouco entenderíamos a verdadeira felicidade ao encontrá-lo.


 

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