A hora e a vez do Capital Social
Luciano André Lemos
A cooperativa é de fundamental importância para ajudar a construir o capital social. O desenvolvimento das nações é determinado pelos seguintes tipos de capital: o capital natural (recursos naturais, terra, água), o capital físico (edificações, móveis, veículos), o capital financeiro (dinheiro, ações, títulos), o capital humano (educação, saúde) e o capital social.Até pouco tempo, só os quatro primeiros eram considerados responsáveis pelo desenvolvimento pessoal e social. Mas, sobretudo após a queda do muro de Berlim, dos experimentos socialistas reais e juntamente com a crise do capitalismo de 2008, tornou-se evidente que os quatro tipos de capital não eram suficientes para um desenvolvimento equitativo e sustentável. Surgiu, então, a proposição do capital social, como quinto componente. Este consiste na participação das pessoas nas organizações que realizam negócios, com vistas ao aperfeiçoamento social e econômico.O capital social é, portanto, a base da equidade, das pessoas que confiam umas nas outras e se unem num empreendimento cooperativo. Essa união de valores e pessoas engloba educação, confiança e construção de redes com o objetivo de favorecer o crescimento das cooperativas e da comunidade.No momento atual, vivemos num mundo com uma desordem social sem precedentes. Assim, há necessidade de buscar a valorização do ser humano e do bem social… O desenvolvimento e a reprodução do capital social ocorrem através de múltiplas formas, sendo um dos exemplos ilustrativos disto as cooperativas, em razão de seu caráter democrático, comunitário e de prestação de serviços. Uma cooperativa nunca é constituída de uma vez por todas para sempre, mas é produto de um trabalho permanente de instauração e manutenção de relações duráveis que asseguram, ao longo do tempo, ganhos no âmbito simbólico e material.Segundo seus formuladores, o capital social é um dos mais importantes instrumentos para a formação da ética da responsabilidade coletiva, da subjetividade e para recompor a cidadania perdida pelo aumento da desigualdade. Trata-se de um conjunto de elementos essenciais da organização social e um pré-requisito para o desenvolvimento econômico e para um governo efetivo.