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Independência: uma conquista difícil de manter?

Ana Cristina Piletti

Quando somos crianças e adolescentes não vemos a hora de nos tornarmos jovens e independentes. Para nós, a independência significa, entre outras coisas, a possibilidade de decidir e agir, sem depender da aprovação de nossos pais. Porém, nos enganamos quando esquecemos que para viver em família é importante compartilhar decisões. Diálogo e consenso não são sinais de dependência, mas sim demonstração de maturidade social e democrática. E, como funciona a independência de uma nação? O empresário norte-americano Henry Ford dizia: “Se o dinheiro for a sua esperança de independência, você jamais a terá. A única segurança verdadeira consiste numa reserva de sabedoria, de experiência e de competência”. A conquista da independência, mais do que um acordo legal, deve consistir num projeto de desenvolvimento econômico e social de longo prazo. Ou seja, da formação de uma sociedade que conhece e pratica seus direitos e deveres políticos. Recentemente, em Santo Antônio da Platina, no norte do Paraná, por pressão popular, os vereadores desistiram de um projeto de aumento salarial para o prefeito e para eles próprios. Este é um exemplo de como a ação democrática é um exercício capaz de garantir a independência, seja do Município que otimiza recursos, como da população, que participa da política e fiscaliza seus representantes. A crise ética e econômica que acompanhamos no Brasil é, de certa forma, consequência de uma independência conquistada, mas pouco praticada por todos nós. A independência não é uma conquista individual, mas como em uma família, ela deve constituir uma competência pessoal capaz de tornar o grupo mais forte. A mobilização, seja contra a corrupção ou decisões que afetam a nossa vida, não deve acontecer apenas em momentos críticos, mas ser uma prática diária de sabedoria e cidadania. Afinal, conquistar é fácil, difícil é manter os frutos das nossas conquistas.

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