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Férias escolares: guerra e paz nos lares

Glória Piletti

Muitas famílias reclamam das férias escolares de suas crianças e adolescentes. E, inclusive, as consideram longas demais. O motivo é que, com crianças e adolescentes, em casa, aumentam os conflitos – a guerra – e acaba com a tranquilidade – a paz. Segundo Rosely Sayão, “esse é um dos indicadores de que a escola deixou de ser a instituição em que os mais novos vão só para ter a iniciação básica do conhecimento sistematizado. Hoje, a escola é, acima de tudo, um local para deixar os filhos com tranquilidade”. (Folha de S.Paulo, 30/06/2015:B2)Crianças e adolescentes, no entanto, precisam intercalar os períodos de estudos com os de férias para ampliar os seus horizontes. É nas férias, por exemplo, que podem soltar as amarras da imaginação e da criatividade. E, além disso, podem ter um contato maior com si próprio, com suas vontades, emoções e interesses.Com as rígidas rotinas da escola, normalmente, é um tanto difícil ter tempo ocioso para o reconhecimento de si. Mesmo porque, a expressão “tempo ocioso”, costuma ser usada num sentido pejorativo, negativo. Há, inclusive, um provérbio segundo o qual o ócio é o pai de todos os vícios. É certo que, às vezes, ele pode levar a cometer faltas. Daí a imaginar que ele pode engendrar todos os vícios, vai uma longa distância.Há muitos pais que, mesmo seus filhos estando de férias, querem vê-los sempre ocupados fazendo alguma coisa de útil. Esses pais, porém, precisam “fazer um esforço de tolerância e permitir que os adolescentes durmam, durmam e durmam! O quanto eles quiserem. Eles precisam disso. Vamos deixar as crianças à vontade, sem horários estabelecidos, a não ser os importantes para a família”. (Idem)Essas são, inclusive, algumas das condições para desenvolver a criatividade, uma das mais requisitadas qualidades, hoje, em qualquer profissão e área de trabalho.A condição mais importante, porém, para desenvolver a criatividade e também para realizar a aprendizagem, de forma mais adequada, é que, tanto nas férias como no decorrer do ano letivo, o ambiente dos lares, ao invés de conflitos e guerra, seja de tranquilidade e de paz.

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