Ibiúna, um exemplo de democracia para o mundo
Se, como se afirma, a alternância do poder é essencial para a democracia, Ibiúnamerece o título de “campeã mundial de democracia”. Nunca antes na história de um município houve tanta alternância de poder como aqui, nesses últimos dois anos. É um entra e sai prefeito que não acaba mais.E, tudo de acordo com a justiça. Ora, se a alternância do poder é essencial para a democracia,podemos dizer o mesmo em relação a justiça: tem que obedecer mesmo sem entender.Se a dança das cadeiras de prefeito continuar nesse ritmo, bem que Ibiúna poderia candidatar-se ao Guinness Book, o livro dos records, como sendo o município que mais trocou de prefeito num período de 4 anos. Seria um exemplo para os países nos quais há pouca ou nenhuma alternância do poder. E não é preciso ir longe. Aqui mesmo em nosso Continente, temos a Venezuela, a Bolívia e Cuba. E, mundo afora há uma infinidade de países onde alternância de poder é conversa para boi dormir.Mas, se a alternância do poder é essencial para a democracia, o seu excesso pode gerar anarquia. A anarquia é a ausência de chefe, de governante. O ideal seria não precisar de chefe e governante, mas ainda não somos tão evoluídos para dispensar a autoridade.Se uma empresa, por exemplo, muda de dono e diretoria a cada quatro meses, oque ocorrerácom ela?Os funcionários provavelmente, sentir-se-ão inseguros e desmotivados. E, pessoas sem motivação, trabalham mal e atendem mal os clientes que, por sua vez, ficarão insatisfeitos e debandarão.No caso da nossa prefeitura, penso sobretudo nos professores e professoras, que exercem uma atividade tão importante quanto estressante. Que motivação terão para ensinar as crianças se, o exemplo que vem de cima, não é dos melhores? Em época de campanha política, a palavra que mais se ouve dos candidatos é “mudança”. Mas, em nosso município, a única mudança líquida e certa, parece ser a de prefeito. E, em nosso país, a mudança de horário. Outras mudanças, só a Luzitana faz. Ou melhor, fazia.Sempre lembro do famoso slogan dessa empresa de mudanças: “O mundo gira, a Luzitana roda”. Podemos afirmar, também, que o mundo gira, a democracia roda. Sobretudo em Ibiúna. O problema, porém, é que a própria Luzitana já rodou. E, o nosso município?
Claudino Piletti