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A tentativa de anistia aos golpistas e o caráter de seus defensores

Carolina Saito

Recentemente, a imprensa deu destaque à entrevista ao UOL do ministro da Defesa José Mucio que se posicionou favorável à anistia dos “casos leves” da tentativa de golpe que resultou na depredação dos prédios públicos da praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023. Parece piada, mas ele ainda disse que o Exército impediu o golpe, quando que na verdade não houve unanimidade nas Forças Armadas para o golpe, ou seja, nem todos os militares eram golpistas.
O presidente da Câmara dos deputados, Arthur Lira, prometeu aos bolsonaristas que o Projeto de Lei da Anistia aos golpistas será votada até o final de seu mandato em fevereiro do próximo ano. Os parlamentares bolsonaristas têm pressa em aprovar a PL da Anistia bem como o ex-presidente Jair Bolsonaro. A esperança deles é que, uma vez anistiados os terroristas, a lei possa favorecer de alguma forma o próprio Bolsonaro.
Múcio e os bolsonaristas ignoram o fato de que todos os participantes da manifestação são criminosos por atuarem ativamente na realização do golpe de Estado, desrespeitando regras do Estado Democrático de Direito. A depredação dos prédios e da mobília e o roubo e a destruição das obras de arte – muitos com valor histórico incalculável- não podem ser perdoados. Os golpistas ofenderam as instituições urinando e defecando nos gabinetes do STF.
A anistia aos terroristas seria como passar um pano em mais um episódio violento da História do Brasil e pode abrir precedentes para outros atos terroristas contra a democracia. É por meio da aplicação da lei que as criaturas fascistas com instinto violento e transgressor serão controladas. Todos os envolvidos, sejam os mentores intelectuais ou a massa de manobra, devem ser julgados e penalizados de acordo com o seu crime. Estar ao lado da lei ou contra define o caráter de cada cidadão.

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