E o barco está virando?
Editorial
Fim de ano em Ibiúna a história se repete. A arrecadação do município cai, em relação aos primeiros meses do ano, e os fornecedores, com seus vencimentos atrasados, ameaçam parar os serviços – as vezes até param mesmo. Nas últimas semanas foram recorrentes as reclamações dos moradores pela falta de coleta de lixo, do atendimento no hospital e outros serviços. Uma senhora chegou a ter sua fisioterapia cancelada porque, segundo a atendente, não havia combustível para que o veículo do município pudesse transportar a paciente até o centro de reabilitação na cidade.
O prefeito Paulinho Sasaki (PTB) completará no fim de dezembro três anos a frente da Prefeitura de Ibiúna. Após o desastroso governo do ex-prefeito João Mello (PSD), Sasaki, de imediato, colocou em ordem as principais reclamações: a coleta de lixo e o atendimento médico no hospital. O alcaide, apesar de uma crítica ou outra, mantinha a população, aparentemente, mais tranquila quanto as reclamações ao poder público. No entanto, no fim do terceiro ano do mandato, parece que o barco está virando e as reclamações são, cada vez mais, recorrentes. Primeiro, a interminável obra da rodoviária, que irá completar em janeiro um ano e meio de atraso para ser entregue, além de ter um salto em seu valor da obra, chegando a custar quase R$ 6 milhões aos cofres públicos. A reforma é, sem dúvida, uma demonstração da incapacidade de planejamento e gestão dos administradores públicos de Ibiúna, tendo o prefeito como o chefe principal.
O descaso agora chegou também à saúde. Não que, antes, não houvesse reclamações; mas, sobretudo no último mês, o descontentamento parece ter aumentado (e muito). Possível motivo, atraso no pagamento de fornecedores do setor, falta de medicamentos e demora no atendimento. No último feriado (semana passada), com a viagem do prefeito ao Japão, coube ao homem forte do governo, o secretário de Desenvolvimento Urbano, Fábio Bello (ex-prefeito), ir até o Pronto Socorro e gravar um vídeo falando do setor. No fim, Bello lembrou da situação no passado. Esqueceu, porém, de ouvir os usuários que estavam lamentando a situação caótica que o atendimento se encontra atualmente.
Soma-se a isso, a controversa obra na Avenida São Sebastião, marcada por um curioso faz e quebra, demonstrando uma desorganização e desperdício de recursos públicos. Ao ser questionada sobre, a Prefeitura de Ibiúna silenciou-se (estranhamente). Mas não é apenas na São Sebastião. A tal área de lazer, na beira da Perimetral Antônio Falci, está tomada pelo mato –justamente em período de feriados prolongados, com a cidade recebendo milhares de visitantes.
Apesar de ter um governo beneficiado, sobretudo pela liberação recorde de recursos do Estado, pelos ex-governadores João Dória (PSDB) e Rodrigo Garcia (PSDB), principalmente para pavimentação de ruas e equipamentos pesados para manutenção de estradas, as vias da cidade estão esburacadas, pavimentos precisando serem refeitos, prédios públicos em estado de abandono e diversas reclamações recorrentes. Enquanto isso, a imagem do prefeito Sasaki está indo pelo ralo, dado o abandono da cidade e outras questões, como o nepotismo velado pela Lei – esquece o alcaide, que nem tudo que é legal é também moral. É por essas e outras, que o barco parece estar virando.
Uma boa leitura a todos e até a próxima edição.