Prisão à vista e mais choro
Carolina Saito
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm ficado cada vez mais desesperado, principalmente após a ação busca e apreensão da Polícia federal na sua residência e as prisões do seu ex-ajudante de ordem, o tenente-coronel Mauro Cid e mais dois ex-seguranças, por falsificação dos cartões de vacinação de Bolsonaro, familiares e aliados.
Para algumas pessoas, essas prisões podem parecer um exagero como dizia um jornalista bolso-narista famoso, mas vários crimes foram praticados, como falsificação de dados, uso de documento falso, infração de medida sanitária preventiva, dentre outros.
Novos crimes chegam à tona todas as semanas e se somam aos já conhecidos durante a gestão de Bolsonaro, cujas investigações não foram levadas à frente pelos delegados bolsonaristas da Polícia Federal e pelo procurador-geral da República Augusto Aras. Na última semana, a prisão de pessoas próximas ao ex-presidente e a apreensão de seus celulares revelam o envolvimento deles no plano do golpe de 8 de janeiro, como na troca de mensagens entre o tenente coronel Mauro Cid e o militar da reserva Ailton Barros, também preso na mesma operação da PF.
Eles ainda estão envolvidos em outros crimes. Mauro Cid falsificou também o cartão vacina de suas filhas, quando ainda não havia vacinas para crianças e está sendo investigado pelo suposto crime lavagem de dinheiro. Ailton Barros, considerado um irmão por Bolsonaro, é dado como morto pelo Exército e sua esposa recebe uma pensão de R$ 22 mil.
O mesmo Bolsonaro que desdenhou do sofrimento das pessoas que estavam internadas e dos familiares dos brasileiros que morreram de Covid-19 e que fez campanha contra as vacinas, usou cartão de vacina falsificado apesar de continuar afirmando que não tomou vacina. Sua vida está se complicando cada vez mais e o choro não foi contido em entrevista dada após as buscas da PF em sua casa. Há provas que pessoas de sua confiança estão envolvidas nos atos golpistas e em outros crimes. Só resta dizerem a mando de quem estavam agindo. Para os céticos, Bolsonaro vai ficar inelegível, mas não vai ser preso. Mas será que todos os aliados presos vão assumir a culpa sem apontar o ex-presidente? Muita coisa ainda está para ser revelada pelas investigações e provavelmente apontarão o mandante dos crimes e das atrocidades. É o que se espera em defesa da democracia e em memória dos brasileiros vítimas de genocídio.