Os atos antidemocráticos contra o Estado de Direito
Carolina Saito
Na noite do dia 30 de outubro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Ministro Alexandre de Moraes, anunciou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para exercer o cargo de presidente da República a partir de janeiro de 2023. No mundo civilizado, educadamente, o candidato derrotado reconhece a vitória do adversário e o congratula, mas Bolsonaro [atual presidente] até o momento não o fez.
Antes e durante a campanha eleitoral, Bolsonaro atacou os ministros do STF, o TSE e as urnas eletrônicas, criando um ambiente propício para a não aceitação da derrota. Alguns de seus seguidores se declararam em luto nas redes sociais e outros foram arrebanhados para os atos antidemocráticos como massa de manobra dos empresários bolsonaristas. E muitos dos caminhoneiros foram obrigados pelos patrões a participar dos bloqueios em rodovias importantes do país. O Ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar desbloqueassem, multassem e prendessem os responsáveis.
Depois da desobstrução das rodovias, os bolsonaristas aglomeraram-se em frente aos quartéis com faixas pedindo “intervenção federal”, quando na verdade defendem uma intervenção ou golpe militar. Esses manifestantes vivem numa realidade paralela. Prova disso são os vídeos hilários que bombaram e foram ridicularizadas nas redes sociais como o do homem que fez um longo trajeto agarrado na parte da frente do caminhão que furou o bloqueio; dos bolsonaristas cantando o hino nacional em volta de um pneu no meio da rodovia; da mulher de joelhos comemorando aos gritos ao ouvir a fake news que Alexandre de Moraes fora afastado; de um homem carregando uma bandeira do Brasil pelo mastro, marchando de um lado para outro e gritando.
O resultado da eleição presidencial foi reconhecido por importantes chefes de governos estrangeiros pelo fato de o Brasil ter sido um país respeitado, antes de Bolsonaro, por sua diplomacia e por Lula ser reconhecido como um importante líder mundial. Os fascistas daqui, defendendo seus interesses e os de grupos econômicos estrangeiros, não aceitam a vitória de Lula, colocando em risco a democracia e o Estado de Direito. É preciso identificar as pessoas que estão por trás da organização e financiamento dessas ações antidemocráticas. O ministro Alexandre de Moraes afirmou, categoricamente, que os participantes de atos golpistas serão tratados como criminosos e as responsabilidades serão apuradas.