Editorial

A solidariedade em tempos difíceis

Editorial

As consequências da pandemia não tem refletido, apenas, na saúde pública, mas, por conta também da crise econômica causada, tem deixado milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Segundo dados do Ministério da Cidadania, divulgados no início deste ano, 39,9 milhões de pessoas vivem na extrema pobreza no Brasil. O número supera a população inteira do Canadá, que é de 38 milhões de habitantes. Os dados levam em consideração famílias que estão no CadÚnico (Cadastro Único para programas sociais do governo federal). São mais de 14 milhões de família cadastradas que têm renda per capita de até R$ 89.
Em cinco anos, aumentou em cerca de 3 milhões o número de pessoas no Brasil em situação de insegurança alimentar grave (fome), chegando a, pelo menos, cerca de 10,3 milhões os brasileiros nesta situação. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Canadá também está sofrendo com a pandemia de Covid-19, mas o governo adotou rapidamente o isolamento social e ofereceu auxílio para a população. O país está com a vacinação contra a Covid-19 em estágio mais avançado que aqui. No Canadá, houve até agora 1,34 milhões de casos e pouco mais de 25 mil mortes pela doença. O Brasil já tem mais de 430 mil mortes.
Diante do quadro, milhares de pessoas ficaram desempregadas e estão sem condições de, sequer, terem recursos para o alimento. Diante do triste cenário, voluntários ligados à Igreja Católica, por meio da Casa Maria de Nazaré – que existe há 26 anos em Ibiúna –, dedicam-se voluntariamente para fornecer alimentação à pessoas em situação de vulnerabilidade. São, aproximadamente, 70 pessoas atendidas por dia com refeição, além das cestas básicas doadas mensalmente – cerca de 60 famílias atendidas. Todo trabalho acontece graças aos voluntários que doam seus serviços e também a doação de mantimentos para o preparo das refeições.
São gestos de solidariedade que são vistos em diversos cantos do município; são voluntários que levam refeições, oferecem abrigo e vestimentas para milhares de pessoas em Ibiúna. São relatos de professores que se juntam para levar alimentos a alunos em situação de vulnerabilidade; são igrejas que intensificaram o trabalho durante a pandemia para atender pessoas independente da religião e tantos outros relatos de pessoas que se unem para ajudar aqueles que mais precisam.
Que o exemplo seja inspiração para todos nós.
Uma boa leitura a todos e até a próxima edição.

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