Restrições enfraquecem o comércio; empresários pedem socorro
Por Júlia Tanaka
As restrições impostas pelo Plano São Paulo tem objetivo de amenizar o contágio do Coronavírus para desafogar o sistema de saúde – que encontra-se com leitos de UTI congestionados em todo o estado. No entanto, com as medidas de distanciamento, comerciantes de restaurantes e lojas de diversos setores lamentam a queda no faturamento, que, certamente, ocasionará ainda mais demissões.
O VOZ ouviu empresários da cidade que tiveram seus negócios afetados. Para Claudiovaldo Oliveira, conhecido como Vadinho, do Restaurante Galletão, o faturamento da empresa teve uma queda de 60% – que acarreta dificuldade para suprir as despesas, como aluguel. Ele conta que o restaurante funcionava das 10h40 até às 23h, mas, com as restrições, atende apenas por delivery. “Tive que demitir os funcionários, apenas a minha família trabalha no negócio. Em 17 anos, nunca vivenciei uma crise como essa”, lamentou. Ele lembrou que, não bastasse o atendimento restrito, o preço dos alimentos subiram nos últimos meses. “Os mantimentos básicos tiveram aumento do preço, como feijão e arroz. Ninguém consegue estocar as mercadorias”.
Outro empresário, Marco Antonio Vieira Ribeiro, do Restaurante Marquinhos, disse que o delivery e as marmitex não suprem as despesas da empresa. “O meu forte é salão”, pondera. Ainda assim, o empresário está conseguindo manter os funcionários, porém, se a situação continuar, vai ter que demitir. Já Vilma Massami Fukuda, do Restaurante Eskala, contou que teve que fazer cortes entre os funcionários. Ela também reclamou do aumento no preço dos alimentos. “Cada dia que passa a sensação de pânico aumenta. O vírus existe mas temos que enfrentar, senão ninguém consegue trabalhar”, desabafou.
No ramo de construções, o empresário Altair Dias Ribeiro, da DR Materiais para Construção, também apontou queda no faturamento em cerca de 40%. “Meus clientes estão acostumados a comprar na loja, escolher os produtos”, disse. Ele contou que as vendas, no momento, estão concentradas em materiais básicos.
Para Marcelo Groto, do Aços Groto, a queda no faturamento é menor porque os clientes estão acostumados a comprar por telefones e aplicativos, como o WhatsApp. O gerente da loja Comercial 74 também lamentou a queda nas vendas. Ele disse que, por enquanto, a empresa não precisou demitir ninguém – a loja possui 17 funcionários.