Quem diria, além do coronavírus temos o caronavírus
Claudino Piletti
Difícil saber o que é pior em nosso país: se o coronavírus ou o vírus da corrupção. Como informam quase diariamente os noticiários, até no coronavírus a corrupção anda pegando carona. Temos, assim, o caronavírus, que já desviou R$ 1,48 bilhão destinados ao combate do coronavírus. Trata-se de fraudes praticadas em contratos ligados ao combate em vários estados e municípios.
O pior mesmo, porém, é que o caronavírus é praticado por sujeitos que ocupam altos cargos públicos. Em meio à disparada de contaminações e óbitos decorrentes da pandemia, a corrupção, afirmou Bruno Brandão, representante no Brasil da Transparência Internacional, “está se revelando em sua forma mais sórdida, que é no desvio de recursos que podem salvar vidas. Tirar dinheiro de respiradores é roubar de pessoas sem fôlego o equipamento que dá oxigênio a elas”.
E, os principais responsáveis por essa corrupção, são políticos ou pessoas indicadas por eles. Depois muitos não entendem, ou fingem não entender, porque a população não acredita mais neles.
Mas se escolhermos ver o copo meio cheio ao invés de só vê-lo meio vazio, o que pode nos alegrar é que, enquanto alguns tomam carona no coronavírus para desviar recursos públicos, outros o fazem para doar recursos e prestar serviços voluntários para ajudar os mais necessitados. Assim, enquanto uns são exemplo de egoísmo e de insensibilidade, outros o são de altruísmo e de solidariedade. Cada um escolhe o exemplo a seguir.
Não custa lembrar, porém, que seguir o mau exemplo pode acarretar uma carona no carro da polícia federal para ir passar uma temporada num lugar que ninguém gosta: na cadeia.