Editorial

Caos em situação financeira da Prefeitura prejudica serviços básicos

O fim do ano para a Prefeitura de Ibiúna não está sendo fácil. E o jornal já alertou para o caos, ainda em abril, diante das dificuldades que o município já enfrenta desde o início do ano. Agora, em novembro, os salários dos servidores municipais alcançaram o maior atraso desde o início da atual gestão. Não bastasse, fornecedores estão com seus vencimentos em atraso e o décimo terceiro é incerto antes do Natal. Com tamanha dificuldade financeira por parte da Prefeitura, que é o maior empregador do município, a cadeia econômica acaba sendo prejudicada, acarretando problemas ao comércio e outros setores.
O problema, no entanto, não está restrito a Ibiúna. O município de Piedade, conhecido por ter uma gestão financeira equilibrada, teve de alterar o dia do pagamento dos servidores. O prefeito José Tadeu de Rezende (PSDB) cortou subvenções a entidades a aos alunos universitários. Ele também mudou a data do pagamento dos servidores (da última sexta-feira do mês para o primeiro dia útil). Um levantamento realizado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) apontou que, dos 644 municípios paulistas, 86% – 559 administrações – se encontram em situação de comprometimento das gestões fiscal e orçamentária. Os dados integram levantamento relativos ao período do 3º bimestre do exercício de 2019 – relativos aos meses de maio e junho. “Esse quadro fiscal é grave. Havia uma expectativa de melhor arrecadação para este ano. Mas o que constatamos é que os municípios estão arrecadando menos do que o previsto. É preciso corrigir a rota e ajustar as contas, ou seja, priorizar aonde vai se gastar e enxugar despesas”, afirmou o presidente do TCE, Conselheiro Antonio Roque Citadini. Dos 644 municípios jurisdicionados, pertinentes ao acompanhamento fiscal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº101/00), constatou-se que apenas 20 municípios (3,10%) estão regulares em suas contas.
O caos nas finanças municipais, causados pela queda na arrecadação, mas também pela falta de critério e gestão nas despesas e nas contas públicas, não é novidade em Ibiúna. No entanto, o momento atual é de lamentar. São reclamações referentes aos funcionários do Hospital, a coleta de lixo e ao transporte dos alunos. São serviços básicos que estão deixando de ser oferecidos, justamente por conta da situação financeira caótica. Enquanto isso, a administração continua com quadro inchado: são 18 secretarias, com titulares nomeados, mais de 200 cargos comissionados e outros gastos excessivos. A Câmara Municipal de Ibiúna conta com os vereadores melhores remunerados em toda a região. São mais de R$ 10 mil em salários, além dos assessores cujos vencimentos ultrapassam os R$ 6 mil. Se não houver uma redução drástica e cortes de despesas, o município terá dificuldades, ano após ano, em arcar com as despesas básicas, como as citadas acima.
Uma boa leitura a todos e até a próxima edição.

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