Bullying nas escolas: almas que sofrem
Professora Luiza
Recentemente nossa cidade (com grande pesar) acompanhou acontecimentos que nos levam a refletir sobre a fragilidade da vida. Nosso estilo de vida acelerado e sobrecarregado nos faz esquecer das necessidades básicas – do corpo e da alma – nossas e daqueles que estão ao nosso lado. Dividimos o mesmo teto com almas que gritam por socorro sem que saibamos ler os sinais. Alma aqui se apresenta como o conjunto de pensamentos, sentimentos e vontades. Vivemos cercados de pessoas (crianças, jovens e adultos) cujas almas estão doentes, sem perspectiva de vida, sem esperança e sem forças para lutar. Transportemos agora o assunto para as nossas escolas: quantos alunos chegam até nós com suas almas feridas, machucados em sua dignidade, clamando por alguma intervenção adulta que os defenda de seus opressores, que os protejam da maldade a que se pode chegar os seres humanos?
Dentre tantas causas dessas dores, uma delas é o bullying praticado dentro das escolas (intimidações, ameaças, agressões e maus-tratos psicológicos e físicos a uma pessoa mais fraca, onde o intuito do agressor é o de intimidar, humilhar e maltratar de forma repetitiva). Infelizmente essa realidade é mais presente do que gostaríamos. A questão é: enquanto pais, “tenho dado importância para as queixas que meu filho leva para casa com frequência”? Enquanto escola, “existe a preocupação em intervir, orientar e punir corretamente os agressores”? Enquanto pais de um aluno agressor, “tenho buscado corrigir meu filho com seriedade ou tenho ignorado que toda prática de bullying cria feridas na alma daquele que é agredido”? É inaceitável um comportamento tão cruel e discriminatório.
Os pais que fecham os olhos para o comportamento agressivo (verbal ou físico) de seus filhos agem de maneira criminosa, pois são coniventes. O mesmo vale para as escolas que ignoram tais fatos. Quanto vale a vida de um jovem? Enquanto não sensibilizarmos o nosso olhar e não nos colocarmos no lugar daqueles que são agredidos, permaneceremos cúmplices de mortes lentas e dolorosas (a morte de sonhos, de esperanças e da vontade de viver). Não ignorem as lágrimas, não julguem como “frescura” ou “exagero”; entendam que por baixo de cada lágrima existe uma alma cansada que precisa de ajuda para não desistir.