Editorial

Ibiúna, 162 anos, à espera de dias melhores

Com um clima de insatisfação da população com as autoridades, devido aos rumos que a cidade está tomando, Ibiúna comemora 162 anos. Sem ter uma grande festa com shows famosos, como de costume, a solenidade será simples, como requer o momento,devido a condição financeira do município. A realidade é que a população ibiunense está sem motivos para festejar o aniversário da cidade. A má conservação das estradas, a transferência do atendimento de saúde infantil ao Pronto Socorro Adulto, comprometendo a qualidade do serviço que já não estava em boas condições, a troca da empresa de ônibus, novamente comprometendo a qualidade do transporte público e prejudicando o direito de ir e vir de milhares de ibiunenses, além do aumento abusivo do IPTU, gerando reclamações de diversos moradores, são algumas das dificuldades enfrentadas pelos ibiunenses que os deixam sem muitos motivos para comemorar o aniversário da cidade. Há de positivo a inauguração das 189 casas do CDHU Jemima, obra que iniciou há mais de 14 anos e ficou parada por um bom tempo; a inauguração trará dignidade a famílias que moravam em condições precárias – isso, certamente, temos que ressaltar, bem como as obras de duplicação da Rodovia Bunjiro Nakao, que acontecem em ritmo acelerado. Ainda assim, a cidade carece de muitas coisas. Na saúde, na educação, na conservação das vias públicas, no transporte, na segurança etc.
Ainda que os serviços públicos não estejam motivando descontentamento da população, o que Ibiúna tem a comemorar é o seu povo e sua natureza. Com gente trabalhadora, a cidade orgulha o estado na produção de hortaliças, levando alimento saudável a mesa de milhões de paulistas. Não apenas na lavoura, mas também no comércio, nos serviços e no turismo, a população ibiunense enfrenta os desafios e luta pelo pão nosso de cada dia. Mais do que a garra de sua população, nossa cidade é linda por natureza. Agraciada com a paradisíaca Represa de Itupararanga, a Represa do França, o Parque Estadual do Jurupará, cachoeiras e muito verde, faz com que Ibiúna tenha uma riqueza para o meio ambiente e ainda pouco explorada para o desenvolvimento turístico. Mas, ainda assim, milhares de pessoas se deslocam semanalmente da capital e de outros lugares do estado para usufruir da nossa natureza, ar puro e da cordialidade de nossa gente.
O que esperamos é que todo potencial natural possa, não muito distante, somar-se a serviços públicos eficientes, segurança para passear e morar, estradas transitáveis, um sistema de saúde humano e com o mínimo de recurso necessário, além de outras necessidades básicas que, certamente, farão de nosso município um lugar ainda melhor. E assim continuaremos acreditando, com a esperança de que dias melhores virão.
Parabéns Ibiúna. Uma boa leitura a todos e até a próxima edição.

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