Editorial

29 anos acompanhando o dia-a-dia de Ibiúna

No último dia 1º de maio, o jornal completou 29 anos de existência. Para chagar até aqui, foram 364 edições impressas, uma média de 12,5 publicações por ano. Nesse período, o VOZ acompanhou a evolução dos meios de produção, de impressão, a evolução tecnológica e as atualizações da linguagem jornalística. Mais do que isso, o jornal acompanhou (e continua acompanhando) o dia-a-dia de Ibiúna e de seus protagonistas.
O fato é que, por vezes, acompanhar o cotidiano da cidade de Ibiúna fez com que o jornal – sempre com uma linha independente e de opinião – tivesse de pontuar contrariedade a ações e posturas de nossos líderes, principalmente prefeitos e vereadores. Como recentemente, durante discussão de um projeto de Lei para concessão de isenção de impostos na Câmara de Vereadores, em que parlamentares se posicionaram contra o projeto, com o pífio argumento de que os empresários – que pretendem investir mais de R$ 30 milhões na ampliação do empreendimento – não são “coitadinhos”, como disse um vereador. Com isso, emenda apresentada reduziu as isenções propostas e os empresários, diante da queda no percentual isento e as condições ruins das estradas, agora avaliam se vale a pena o investimento.
A posição dos edis contrários, no entanto, não pode condizer com a postura de quem se preocupa com a falta de empregos no município. Afinal, o investimento resultaria em contratação durante e depois das obras. Embora o município possa perder, por alguns anos, a receita econômica direta, os tributos indiretos, gerado pelo consumo, pela empregabilidade, pela visitabilidade e visibilidade que daria ao município, certamente, compensaria qualquer isenção. Afinal, os funcionários contratados e terceirizados serão de Ibiúna (se os empresários continuarem com os planos de investimentos), consumirão aqui, pagarão seus impostos aqui e, com isso, gerarão receita à Prefeitura local. Mas, alguns dos nobres parlamentares, pensaram apenas nos impostos diretos do resort, que pode oferecer muito mais ao município do que ISSQN e IPTU.
Para receber a Toyota, Sorocaba teve que conceder 50% de abatimento do ICMS, principal imposto de muitas cidades, como Ibiúna, além de 12 anos de isenção do ISSQN e do IPTU. Com isso, a fábrica japonesa instalou-se em Sorocaba e, hoje, gera mais de 2 mil empregos. Eles também não são “coitadinhos”. Mas, para uma cidade que evolui economicamente e socialmente, a isenção valeu a pena. A fábrica trouxe outros investimentos.
Para Ibiúna, 10 vezes menor em população do que a sede da região metropolitana e centenas de vezes menor em desenvolvimento, o investimento de mais de R$ 30 milhões proposto pelo grupo hoteleiro, com previsão de mais de 150 postos de trabalho, parece que não tem tanta importância assim.
Enfim, com isso, o VOZ completa 29 anos, acompanhando o cotidiano dos protagonistas de Ibiúna.
Uma ótima leitura a todos e até a próxima edição.

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