Educação

Educação Corporativa: Novas Demandas Profissionais

O discurso predominante na atualidade é de que a escola deve preparar o aluno para o mercado de trabalho. Mais do que uma ideia divulgada, tem sido uma concepção praticada. A empresária americana Kelly Catlin Walker alerta “nunca deixe o urgente expulsar o importante”. Ou seja, a educação escolar imediatista, na urgência de preparar o aluno para o mundo empresarial tem esquecido o que realmente é importante na formação de um profissional e de um ser humano. E o que é necessário ensinar e aprender na escola?
Se, é preciso formar para a vida em sociedade, é certo dizer que preparar considerando o mercado de trabalho é relevante. Mas não é só isso. A realidade é que as grandes e melhores empresas demandam de profissionais íntegros e capazes de liderar. Neste sentido, Mário Sérgio Cortella explica que o líder deve ser um educador, capaz de ensinar e aprender com o outro. Fica claro, então, que as organizações procuram desenvolver competências nas pessoas que deveriam ser adquiridas na sua formação escolar.
Assim, as organizações abrem espaço para a atuação de educadores e de programas de treinamento e desenvolvimento de pessoal. Desta maneira, o autor ainda explica que a gestão de pessoas necessita de três virtudes especiais. A primeira é a “generosidade mental”, compreendida como o compartilhamento daquilo que se sabe. Depois vem a “coerência ética” que, nada mais é, do que “prática daquilo que se ensina”. A terceira virtude é a “humildade intelectual”, que “consiste em perguntar o que se ignora”. Cortella descreveu tais virtudes baseado na frase de São Beda que no século VIII disse “Há três caminhos para o fracasso: não ensinar o que se sabe; não praticar o que se ensina; não perguntar o que se ignora”.
Enfim, a liderança é uma das competências que se deve aprender na escola. Mas é impossível desenvolver tal aptidão se a escola estiver essencialmente focada na formação técnica, utilitária e emergencial. Um líder tem habilidades para decidir, ouvir, inspirar as pessoas, além de compartilhar conhecimentos e construir soluções em conjunto. O filósofo francês Charles de Montesquieu escreveu “para se fazer grandes coisas não se deve estar acima dos homens, mas junto deles.” Desta forma, enquanto as organizações percebem e carecem do profissional líder, a saída tem sido investir em profissionais que desenvolvem tais competências nos funcionários. Para isso, precisam de profissionais que sejam, acima de tudo, educadores.

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