VOZ DE IBIÚNA Republica a entrevista com o Vereador e Presidente da Câmara de Ibiúna Carlos Roberto Marques Júnior (PT)

“ Posiciono-me a favor de Ibiúna. Disse isso ao atual prefeito: quando tiver que aplaudir, farei; agora, quando tiver que cobrar e criticar, farei também”, afirma Carlos Roberto, o Carlinhos
“Vereador em primeiro mandato, e o mais jovem presidente da Câmara da história de Ibiúna, aos 24 anos, o vereador Carlos Roberto Marques Junior (PT), o Carlinhos, como é conhecido, foi eleito na primeira disputa que participou.” Como jovem que acompanha o cotidiano da cidade, senti o desejo de participar mais e com um projeto que não foi apenas meu, mas de um grupo de pessoas que confiaram que poderia bem representa-los”, resume a entrada na vida pública.
Aliado do ex-prefeito Eduardo Anselmo Domingues Neto (PT), que administrou a cidade de janeiro ao início de setembro deste ano, Carlinhos tem acompanhado o trabalho do atual mandatário, Fábio Bello (PMDB), e acredita que a transição dos governos tem causado transtornos à população. Nem base, nem oposição, o presidente afirma que está a favor de Ibiúna. “Quando tiver que aplaudir, farei; agora quando tiver que cobrar e criticar, farei também” garante. Abaixo, Carlinhos fala do cenário politico no município e de suas expectativas para os próximos anos.

Presidente, que avaliação o senhor faz da transição da gestão Eduardo Anselmo para Fábio Bello, em Ibiúna?

Uma transição repentina, como aconteceu em Ibiúna, causa diversos transtornos à população e a forma como o atual prefeito está agindo aumenta ainda mais o tumulto. Os serviços estão sim sendo prejudicados. Na saúde, na educação, no transporte, na manutenção das estradas, enfim, em todos os setores estamos sentindo a diferença. A falta de cautela e o tom autoritário de tomar decisões estão agravando parte dos serviços públicos.

O prefeito Fabio Bello realizou uma auditoria na prefeitura e afirma que muitas irregularidades foram encontradas. O senhor tem acompanhado os resultados?

Os contratos que dizem estar superfaturados são de registro de preço, ou seja, não oneram dotação e são pagos somente o montante que for consumido ou serviço prestado, a prefeitura não gasta o valor total que foi registrado na concorrência. E os preços estão dentro do mercado, já que outras empresas participam da licitação. Ele diz que está superfaturado para o contrato e contrata emergencialmente quem ele quer. Quanto aos convênios, alguns precisam ser recuperados e outros prestados contas. Os mais graves são o da recuperação da estrada do Verava e o asfaltamento da estrada do Recreio. No total, por terem obras muito mal feitas, a prefeitura terá que devolver R$ 1,5 milhão ao Estado. Esses convênios são de 2006 e 2007.

Hoje o senhor se posiciona como oposição ao governo ou é independente?

Posiciono-me sempre a favor de Ibiúna. Disse isso ao atual prefeito: quando tiver que aplaudir farei; agora quanto tiver que cobrar e criticar, farei também. O Fabio chamou os vereadores para uma conversa após um mês e meio na prefeitura. Foi sucinta, sem nenhum objetivo claro e não apresentou novidade. Mesmo assim torço para que, caso ele fique na prefeitura, faça um governo transparente e promova o desenvolvimento.

Como o senhor define a situação em áreas essenciais como saúde, segurança e educação?

Crítica. Não temos uma política de saúde preventiva. Nossa concentração de recursos está no hospital, mas é na atenção básica que está o principal problema. Temos que investir no Programa Saúde da Família (PSF), no Brasil Sorridente e outros de prevenção. Com a atenção básica e os PSFs funcionando, teremos um hospital melhor, com atendimento rápido, já que somente os casos mais graves irão até o Pronto de Socorro. Estas ações estavam previstas para o orçamento de 2014, espero que o prefeito dê continuidade. Na segurança, temos um território extenso e, por isso, o efetivo da PM é insuficiente . A Guarda Municipal tem importante papel, mas precisa ser mais estruturada, valorizada e ampliada. Na educação estamos com Índices de qualidade de ensino medíocres; é preciso melhorar a qualidade do ensino.

Quando assumiu a prefeitura em janeiro, o então prefeito Eduardo Anselmo, se deparou com uma cidade endividada, portanto os problemas na administração não eram novos. O senhor acredita que isto está claro para a população?

Faltou divulgação e isso eu sempre conversei com o Eduardo. A população não tem a situação clara. Sabe que não é boa, mas não como ela é exatamente. O atual prefeito fez um resumo das irregularidades encontradas, mas não informou que mais de 80% das possíveis irregularidades foram realizadas antes do governo Eduardo. Além disso, ele foi muito ameno, tem coisas piores que foram encaminhadas ao Ministério Público e outros órgãos e, algumas delas, não foram divulgadas.

De que forma o seu mandato, ou a própria Câmara poderá ajudar o prefeito Fabio a sanar problemas como falta de remédios e escolas fechadas, entre outros?

Legislando, fiscalizando e fazendo um trabalho político para conseguir recursos. Desde março temos médicos trabalhando pelo Provab, que é um programa do Governo Federal, em que o Ministério da Saúde paga os recém-formados para trabalharem na rede básica. Conseguimos quatro desses. Dois estão atuando já. Participei da reivindicação ao Programa.

No inicio do ano o senhor apresentou e foi aprovado um projeto que cria incentivos ao primeiro emprego no município. O trabalho com jovens está entre as suas prioridades?

Sim, a geração de empregos ao jovem é muito mais complexa devido á falta de experiência. Encabecei um projeto de instalações de pequenas fábricas e pequenas indústrias no município. Espero que o atual prefeito dê continuidade. Estamos bem adiantados, mas sem o aval do prefeito não tem como acontecer. Com certeza nossos jovens serão os mais beneficiados.

O senhor tem o hábito de visitar deputados estaduais ou federais para buscar recursos?

Muito. Graças a Deus consegui criar um vínculo de amizade com alguns deles e isso facilita na busca de recursos. No ultimo dia 10, estive no Palácio dos Bandeirantes, junto ao prefeito Fábio, para acompanhar a assinatura de convênios para melhorias em infraestrutura na cidade. Os dois convênios são provenientes de emendas de deputados do meu partido.

O que o senhor espera conquistar para Ibiúna neste seu primeiro mandato como vereador?

Desenvolvimento. Estamos atrasados e o principal motivo é não termos desenvolvido economicamente há anos. Temos um PIB 40% menos que São Roque (com características semelhantes) e pouco maior ao de Vargem Grande Paulista e Mairinque (em que a população e o espaço territorial é bem menor que os nossos). Precisamos de politicas de desenvolvimento econômico para o poder público ter mais recursos para investir em setores como educação, saúde e segurança.

Entrevista publicada no Diário da Região de dia 22 de Outubro de 2013 página 3

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Postado em 22, outubro, 2013