Um presente diferente

João Eduardo Cattani

O dia das crianças se aproxima! Os pequenos contam os minutos para receberem presentes e poderem ficar em casa para aproveitá-los. O comércio se prepara para aumentar as vendas. É tradição este dia ser acompanhado de presentes, contudo, os pais não devem se limitar apenas a aquisições materiais. Há um ingrediente mais nutritivo e altamente recomendado: afeto genuíno!O distanciamento emocional entre pais e filhos é mais comum do que parece. E isso, em vez de ser condenado, deve ser compreendido e resignificado. Muitos são os motivos para este fato acontecer, como a dificuldade de interação entre gerações, a falta de tempo e assim por diante. Sintetizo outra razão nas corajosas palavras de uma cliente: “eu não sei brincar com meu filho”.

Ao recomendarmos interações genuinamente afetivas, queremos dizer que pais e filhos devem ter atitudes que produzam afeto um para com o outro! São interações harmoniosas que favorecem a construção de responsabilidade, autoestima, autoconfiança e outras virtudes. Não há receita de bolo, pois cada família tem sua própria configuração. No entanto, podemos exemplificar ideias que podem ser adaptadas e favorecer a construção deste tipo de relação.

Primeiro, encontre um tempo para estar com seu filho. Qual é o melhor período do dia? Que programas podem ser feitos durante a semana? E aos finais de semana? Programe-se. Mas não basta estar um ao lado do outro, é preciso interagir: “Me conta do que você está brincando? Qual é seu brinquedo favorito? Quem é o seu personagem preferido? Como é a história que você criou? Como você gosta de brincar? Posso brincar também?” entre outras atitudes de aproximação e afeto.

Além do interesse dos pais por atividades que a criança se interessa, outras devem ser programadas: esportes, passeios em parques, fazer um bolo e comer em família, assistir a um filme e depois discuti-lo etc. O celular e o computador podem ser obstáculos para todas essas interações, por isso é necessário cuidado. Utilize-os a favor da relação, por exemplo, peça para que seu filho o ajude em uma pesquisa na internet ou vice-versa. Se existirem dificuldades de algumas das partes para desenvolver ações como estas, um psicólogo poderá ajudar.

Lembre-se: para uma criança, os maiores ídolos são seus pais. Que presente pode ser maior do que o seu ídolo passar um tempo com você e ainda se interessar pelo que você faz?

João Eduardo Cattani, especialista em psicoterapia comportamental, atua como psicólogo clínico de crianças e adultos nas cidades de Sorocaba e Campinas.

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Postado em 5, outubro, 2017