Feminismo versus Machismo

Historicamente o papel da mulher sempre foi o de ser mãe, para isto ela precisava casar e antes disso atrair o seu homem, portanto ser bonitinha era seu primeiro papel social.  O do homem no entanto era do trabalhador, o provedor, mas isto soa falso porque a mulher também tinha os afazeres domésticos e muitas vezes também era a provedora trabalhando fora do lar.  O grave é que este conceito ainda prevalece em muitas sociedades e casais, e a mulher ainda não é reconhecida em toda sua capacidade para integrar os núcleos de condução e comando social. E não é só um problema do macho que se sente invadido em seu território de poder, muitas mulheres preferem ainda o papel de bonitinhas na caça de um bem sucedido provedor.

Analisemos um pouco nossos conceitos e até nossa linguagem: mater em latim significa mãe e pater pai. Portanto, maternidade e paternidade tem um mesmo significado, responsabilidade da mãe e do pai sobre os filhos. O mesmo acontece com maternalismo e paternalismo, nos referimos com igual sentido ao protecionismo de ambos sobre os filhos. Agora, quando falamos em matrimônio e patrimônio a coisa muda. Matrimônio nos remete a família, amor, lar, filhos, ou seja, conceitos baseados na afetividade, harmonia, algo mais espiritual, digamos; mas a palavra patrimônio tem um contexto totalmente diferente, é riqueza, poder, dinheiro, ou seja, materialismo. Então o que é carinho, dedicação, cuidados ficou para mater e a matéria, riqueza e poder para o pater.  É tão visível esta apropriação de papéis que nas atividades que seriam de uma predominância feminina como cozinha e moda, normalmente, os mais destacados são os chefs e estilistas masculinos, porque justamente o sucesso está atrelado a poder e dinheiro que é o lugar deles e que não querem ceder.  Por isto, desde os primórdios da humanidade a mulher reivindica seu papel participativo e de gestora. Sua maternidade não se limita aos filhos físicos, ela se expande na sua criatividade, na sua perseverança e fundamentalmente na sua sensibilidade, mas na sociedade que vivemos isto não é importante, priorizamos o externo, o físico, o dinheiro, e assim no dia do casamento meigamente falam: Oh meu bem! Mas no dia do deSquite predomina o “S” de Separação e agressivamente gritam:  oS meuS benS.

Dr. Juan Manuel Urbinati, psicólogo, diretor da Estância Morro Grande.

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Postado em 10, agosto, 2017